
O modelo High/Scope é uma abordagem aberta de teorias de desenvolvimento e práticas educacionais que se baseiam no desenvolvimento natural das crianças. Podemos dizer ser um enfoque educativo orientado para o desenvolvimento da criança e da sua aprendizagem, integrando as perspectivas intelectual, social e emocional.
Ancorado nas teorias de Jean Piaget e seus seguidores acerca do desenvolvimento infantil, o modelo considera a criança como aprendiz activo que aprende melhor a partir das actividades que ele mesmo planeia, desenvolve e sobre as quais reflecte.
Com a rotina diária proposta por este modelo espera desenvolver-se, nas crianças, competências de planeamento das suas actividades e reflexão final sobre o seu desenvolvimento. O controlo das actividades é partilhado entre a criança e o adulto, apesar de este ter um papel fundamental no apoio à aprendizagem da «escolha» e da «resolução de problemas».
O modelo começou a ser estruturado nos anos sessenta, em Ypsilanti (Michigan, USA), recebendo o nome da instituição em que se desenvolveu, sob a liderança de Weikart. Décadas de investigação indicam que o modelo tem resultados positivos, promovendo significativamente as oportunidades de vida das crianças. Há estudos que, inclusive, demonstram uma relação entre o investimento financeiro feito pelos pais para que os filhos estudem em escolas que desenvolvam este modelo e os salários auferidos aquando da integração destes no mercado laboral. Outros reflectem na relação entre a escolarização segundo este modelo e a marginalidade, a criminalidade e a toxicodependência, apontando que o modelo previne altamente o enveredar por estas vias desviantes.
Em Portugal, existe um conjunto de instituições que se assumem implementadoras deste modelo. É sobretudo ao nível pré-escolar que encontramos mais escolas / colégios com projectos educativos de vivência do modelo High/Scope, começando a expandir-se aos restantes níveis.
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